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O uso indiscriminado de anabolizantes,
principalmente entre adultos jovens preocupados com a forma física, aumenta com
a chegada do verão e das férias. Corpo enxuto e músculos definidos são os
desejos de muitas pessoas para esta época do ano.
O uso sem prescrição médica de hormônios,
mais conhecidos como "bomba", para acelerar o crescimento muscular é
arriscado e perigoso.
O uso de anabolizantes de forma
indiscriminada, com objetivos estéticos, pode gerar efeitos colaterais fatais,
pois esses hormônios sobrecarregam o fígado e desequilibram o organismo de
forma grave.
Além dos riscos de tumores hepáticos, as conseqüências
podem ser problemas cardiovasculares, impotência, atrofia testicular, falta de
libido, acne, elevação do colesterol, aumento da pressão arterial e perda
óssea.
Os tumores associados ao uso de anabolizantes
podem ser benignos ou malignos. Em alguns casos, o transplante de fígado pode
ser a única opção de tratamento.
Em seguida segue um resumo que fiz das
principais ações e danos ao organismo após uso de anabolizantes através de
dados científicos recentes 2015/2016.
Sistema Nervoso:
• AÇÃO: Estimula o sistema nervoso, deixando a pessoa agitada.
• DANO: O uso constante pode alterar o humor. Alguns
pesquisadores acreditam que a droga aumenta a agressividade.
Apetite:
• AÇÃO: Ocorre um aumento no apetite porque o organismo
está mais acelerado. Dependendo da situação, queima mais gordura do que açúcar
ou vice-versa.
Voz:
• AÇÃO: As substâncias engrossam as cordas vocais, o que
torna a voz mais grave.
• DANO: A interrupção do uso faz o efeito regredir, mas a
voz nunca volta a ser como era antes.
Músculos:
• AÇÃO: Acelera a síntese de proteínas que formam os músculos
(a miofibrila), aumenta a quantidade de
fibras musculares, o que faz com que o usuário possa suportar cargas maiores de
exercícios e de peso. A droga também acelera o metabolismo e aumenta a capacidade
de recuperação de tecidos. Na hora que fazemos exercícios, ocorrem lesões microscópicas
nos músculos. O organismo vai consertar o estrago e incorpora mais proteínas
para a região, contra futuras lesões.
Coração:
• AÇÃO: Como músculo, o coração está sujeito a aumentar
de tamanho pela ação do anabolizante. Mas nem por isso fica mais forte.
• DANO: Ocorre o aumento das contrações desnecessárias. É
a taquicardia. Esse descontrole dos batimentos pode levar a morte.
Mamas:
• AÇÃO: Parte dos anabolizantes circulantes no sangue
pode ser convertida em um tipo de estrógeno, um hormônio feminino.
• DANO: O aumento do estrógeno no organismo masculino
leva ao desenvolvimento de mama em homens (Ginecomastia).
Sangue:
• AÇÃO: A droga mexe na composição sangüínea, aumentando
a quantidade de colesterol em circulação.
• DANOS: A deposição de colesterol nas artérias favorece
o surgimento de problemas circulatórios e cardíacos.
Fígado:
• DANOS: Os esteróides agem de forma semelhante ao
álcool, destruindo as células do fígado.
O uso prolongado de doses elevadas podem provocar um tipo de hepatite tóxica e
outros problemas, como a formação de nódulos, tumores, câncer e esteatose
(degeneração gordurosa, a bile fica mais grossa). O efeito pode ser reversível,
desde que pare a tempo. Os sinais da mudança costumam aparecer de 7 a 15 dias,
complicações mais sérias podem aparecer depois de 2 anos de uso ou até 10 à 20
anos depois, depende de cada metabolismo.
Rins:
• AÇÃO: A ordem é reter água para fornecer às células a
quantidade de nitrogênio exigida para se fabricar mais massa muscular. A pessoa
pára de urinar logo que a droga começa a fazer efeito.
• DANOS: A retenção do líquido cria uma aparência de
inchaço. O aumento de retenção de água no organismo pode levar ao aumento da
pressão arterial de forma aguda, ou seja, o problema começa a aparecer
repentinamente.
Desejo sexual:
• AÇÃO: Os anabolizantes tanto podem aumentar como
diminuir o desejo sexual.
• DANOS: Os usuários crônicos costumam apresentar baixa
libido. Embora não seja a regra. É bastante comum apresentar problemas de
ereção.
Órgãos sexuais:
• AÇÃO: O uso de anabolizantes engana o organismo, que
detecta altas doses de testosterona em
circulação. O corpo diminui ou pára a produção de testosterona.
• DANOS: O hormônio contido nos anabolizantes é diferente
do natural e, por isso, “não dá conta do recado”. O resultado é a diminuição ou
a parada total da produção de espermatozóides.
Pressão arterial:
• AÇÃO: Com o aumento da massa muscular, o fluxo
sangüíneo fica mais intenso para irrigar mais fibras.
• DANOS: Quando o aumento é lento e progressivo, o
organismo se adapta, criando novas e pequenas artérias para que o sangue
penetre e irrigue bem os músculos. Com o crescimento acelerado, a corrente
sangüínea encontra maior resistência pela frente para circular pelos vasos
capilares dos tecidos.
Pêlos e cabelos:
• DANO: Embora estimule o crescimento de pêlos, os anabolizantes
apressam a queda dos cabelos em pessoas com tendência hereditária à calvície.
Tendões:
• DANOS: Os tendões (amarras que ligam os músculos aos
ossos), demoram mais tempo para se fortalecer sob a ação dos anabolizantes do
que músculos. A desproporção entre músculos e tendões pode facilitar a
ocorrência de inflamações, como tendinite. Ninguém sabe ao certo o porquê, mas
o ex-usuário da droga fica mais sujeito a cãibras e contraturas
musculares.
Ossos:
• AÇÃO: A droga pode acelerar o crescimento.
• DANOS: O uso descontrolado muito provavelmente levará
ao bloqueio do crescimento em jovens usuários.
Pele:
• AÇÃO: As glândulas sebáceas são estimuladas e passam a
produzir maiores quantidades da secreção que lubrifica e protege a pele.
REFERÊNCIAS:
§
BASTOS, Daniel Silva Sena et al.
Efeito da dieta hiperglicídica e do anabolizante undecilenato de boldenona
sobre a bioquímica dos lipídios, perfil de citocinas, estado oxidativo e
morfologia do coração em camundongos Apo-E-/-. 2016.
§
CHARAL, Claudiana et al. Motivos
para o Uso de Esteróides Anabolizantes por Frequentadores de Academias de
Ginástica. CIAIQ2016, v. 2, 2016.
§ LUCHI, Weverton Machado et al.
Nephrocalcinosis associated with the use of anabolic steroid. Jornal Brasileiro
de Nefrologia, v. 37, n. 1, p. 135-140,
2015.
§ GUEDES ALONSO, Rayco. Optimización y desarrollo de metodologías de
extracción y determinación de hormonas y anabolizante: aplicación y evaluación
en muestras medioambientales de la isla de Gran Canaria. 2015.
§ DE PAIVA FOLETTO, Marcela et al. Effects of anabolic steroid treatment associated with physical training
in adipose tissue of male Wistar rats. Acta Scientiarum. Health Sciences, v.
37, n. 1, p. 19-24, 2015.
§
LUCHI, Weverton Machado et al.
Nefrocalcinose associada ao uso de esteroide anabolizante. J. bras. nefrol, v.
37, n. 1, p. 135-140, 2015.