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Um
estudo científico recente (2019) fala sobre a relação entre microbiota intestinal humana (MI),
dieta, obesidade, e desenvolvimento/progressão de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoolica (DHGNA) – Esteatose
Hepática, e discutiram o uso de prebióticos e probióticos na modulação da
MI.
Os
autores lembram que quadros de disbiose estão associados à supercrescimento
bacteriano, produção de toxinas e aumento da permeabilidade intestinal,
resultando em alterações nas funções metabólicos e imunológicas da MI, e essa
disbiose pode ser causada por alimentação não saudável, estress e uso de
antibióticos.
O
desenvolvimento e a progressão da DHGNA envolvem processos patofisiológicos
complexos que são influenciados por fatores de risco tais como polimorfismos
genéticos, dieta e a composição da MI. O aumento da permeabilidade intestinal
leva a translocação bacteriana.
Estudos
mostraram que o crescimento bacteriano exacerbado aumenta a permeabilidade
intestinal em pacientes com DHGNA, desregula o processo inflamatório e
corrobora com o desenvolvimento da doença.
Pacientes
obesos com DHGNA apresentam diminuição da concentração de Faecalibacterium,
bactérias que possuem efeitos antiinflamatórios, e de Ruminococcus, associados
à produção de AGCCs. Também foi observado que a fibrose avançada pode estar
associada ao aumento de lactobacilos em pacientes com DHGNA e obesidade:
algumas de suas espécies produzem ácido láctico a partir da fermentação de
carboidratos na dieta e podem produzir acetato e etanol, o que pode induzir
dano hepático, inflamação, e levar à progressão da doença. A disbiose
intestinal também pode estar associada a alterações no nível de metabolitos
séricos, incluindo aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos aromáticos.
A
suplementação com probióticos pode melhorar os fatores inflamatórios e os
parâmetros metabólicos da DHGNA. Consumo de Bifidobacterium pseudocatenulatum
melhorou a tolerância à glicose, estado inflamatório e esteatose hepática.
Estudos demonstraram que o uso de probióticos multistraína foi capaz de modular
a MI, reduzindo significativamente a atividade da transaminase e reduzindo a
expressão de TNF-α e IL6 em pacientes com DHGNA.
Também
foi mostrado que a suplementação simbiótica melhora a esteatose hepática, os
níveis de aspartato aminotransferase, o perfil lipídico e a o modelo de avaliação
homeostática nesses pacientes. O uso de simbióticos (Bifidobacterium longum e
fructo-sacioligossacarídeo), em combinação com modificação do estilo de vida
(dieta e exercício), foi capaz de melhorar as concentrações de aspartato
aminotransferase, lipoproteína de baixa densidade e TNF-α, levando à diminuição
de endotoxinas e esteatose.
Em
conclusão, os autores verificaram a existência de evidencias demonstrando o
papel da MI na patogênese da DHGNA.
Refêrencia:
Duarte SMB, Stefano
JT, Oliveira CP. Microbiota and nonalcoholic fatty liver disease/nonalcoholic
steatohepatitis (NAFLD/NASH). Ann Hepatol. 2019 Apr 16.