FUNÇÃO DA NUTRI NA UTI: MEU RELATO


Muitos pacientes me perguntam o que uma nutricionista exatamente faz em uma UTI, então resolvi fazer esse post para explicar um pouquinho sobre minha função profissional no hospital onde trabalho atualmente.
Nestes 17 anos de profissão já passei por alguns hospitais e UTIs com diferentes tipos de perfil de pacientes.
Hoje trabalho com vários médicos, mas em especial  2 Médicas Intensivistas maravilhosas e uma equipe de enfermagem nota 10 e humanizada.
Sou vista sempre com calculadora em mãos, folhas e mais folhas e equipamentos de avaliação física nutricional...
Nutrição sem sombra de dúvidas é pura matemática! 

 A condição clinica desses pacientes inclui alto grau de catabolismo e eles são acometidos por diferentes tipos de alterações metabólicas, processos inflamatórios, fisiológicos, anatômicos e infecciosos. E esses problemas podem ser acentuados pela falta de condição clinica adequada para o acesso da dieta oral.
 A alternativa é nutrir esses pacientes por via enteral ou parenteral, procedimentos mais complexos e que também podem trazer complicações específicas relativas à TN (Terapia Nutricional). 
Dessa forma, inúmeras barreiras são frequentes nesse ambiente hospitalar e agravam o estado nutricional dos pacientes, como: a sub oferta nutricional frente às estimativas nutricionais, Síndrome de resposta inflamatória sistêmica, alterações hormonais e resistência à insulina, perda da função neurônio motor, disfunção mitocondrial, imobilidade e inatividade física, nutrição inadequada por falta de início precoce da terapia nutricional, distensão abdominal, diarreia, vômitos, intolerância metabólica, paresia intestinal  e outros. Todos esses fatores, somados à caquexia, levam o paciente a um quadro de desnutrição grave a sarcopenia que, por sua vez, é altamente associado à mortalidade, processo infeccioso e maior comorbidade.

Sem sombra de dúvidas, trabalhar em uma UTI é uma lição de vida, um pensar diferente sobre tudo e principalmente, a cada dia você se coloca mais e mais no lugar do outro, do sofrimento do outro... e aprende a valorizar pequenas coisas!

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