DISBIOSE E IMUNIDADE:



FONTE DA IMAGEM:  https://www.proprofs.com


Cada indivíduo possui uma microbiota individuali­zada que varia em número e espécie de bactérias, sendo influenciada por diversos fatores, como idade, genética, dieta, uso de medicamentos e estado de saúde. Isso torna a microbiota intestinal uma área de extensas pesquisas e com cada vez mais desco­bertas.

Quando tudo está bem, as bactérias que habitam nosso organismo ajudam a digerir e absorver os alimentos, estimu­lam o sistema imune, e junto com a camada epitelial intestinal formam uma barreira protetora no intestino. No entanto, quando essa população de microrganismos entra em desequilíbrio, prevalecendo a vontade das bactérias patogênicas, chamamos o quadro de disbiose intestinal.

Durante a manifestação de uma disbiose, o intestino apresenta-se com focos de inflamação, resultado do rompimento da barreira de proteção do intestino, tornando-o mais permeável e desprotegido. Sem a devida proteção, compostos tóxicos começam a penetrar no intestino até atingir a corrente sanguí­nea, resultando numa série de doenças capazes de acometer as mais diversas áreas do corpo.

A alimentação e o uso indiscriminado de alguns medicamentos são os maiores responsáveis pela alteração da flora intestinal. Medicamentos, como antibióticos, pílulas anticoncepcionais, inibidores da bomba de prótons, corticoides e anti-inflama­tórios, são capazes de modificar a flora e manter essa mudança por até 4 anos. Estudos relatam que, quando a penicilina oral é administrada em animais, a população total de bactérias anaeróbicas, incluindo as bactérias benéficas (principalmente as Bifidum­bactérias), é reduzida em 1.000 vezes. Com isso, há domínio das bactérias patogênicas e de fungos resul­tando em sua proliferação, consequente inflamação local, rompimento da barreira de proteção do intes­tino e surgimento de patologias.

Uma diversidade de doenças tem sido associada a esse desequilíbrio da flora intestinal. Obesidade, baixa absorção de nutrientes, doenças inflamatórias intestinais, diabetes tipo 2, doenças cardiovascula­res, desordens neurológicas e cânceres são algumas delas. Por outro lado, a ingestão de uma dieta rica em frutas, legumes e fibras, bem como o uso de suplementos de prebióticos e probióticos, favorecem uma melhor colonização bacteriana com prevalência de microrganismos benéficos.

O desenvolvimento do sistema imune depende das ‘instruções’ dos microrganismos comen­sais residentes do intestino (microbiota intestinal), local onde se encontra a maior presença de tecido linfoide, que possui alta quantidade de linfócitos (células de defesa do corpo)

As doenças associadas com respostas imunes anormais contra os antígenos e inflamações têm aumentado rapidamente ao longo dos últimos 50 anos, isso incluem a doença inflamatória do intestino (IBD), esclerose múltipla (MS), diabetes tipo 1 (DM1), alergias e asma.

Estudos recentes vêm identificando os organismos e seus mecanismos responsáveis por induzir o desenvolvimento imune dentro do hospedeiro, e dentre eles, as bactérias do gênero Lactobacillus mostram ter papel importante.

Popularmente, o intestino antes era visto somente como o órgão responsável pela absorção de nutrien­tes e formação de excrementos, um órgão passivo. Mas, estando aproximadamente 70% de todas as células imunes vinculadas ao trato gastrointestinal, esse órgão é ativo regulador do sistema imune, um sistema complexo de defesa onde as instruções precisam ser revistas constantemente já que os agressores mudam com frequência. Essa estrutura está organizada sob a mucosa do intestino (placas de Peyer) e cabe às bactérias benéficas protegê-las.

Neste campo de batalha, a administração de probióti­cos em conjunto com a ajuda das bactérias benéficas já existentes no local vão atuar de maneira compe­titiva com as bactérias patogênicas, exercendo sua ação de diferentes maneiras:

»» Digerem os alimentos e concorrem com os microrganismos patogênicos
»» Alteram o pH local criando um ambiente desfavorável para as bactérias maléficas
»» Neutralizam os radicais superóxido, reduzindo o estresse oxidativo da mucosa intestinal
»» Estimulam a produção natural de mucina (proteção da mucosa intestinal)
»» Concorrem por aderência com os patógenos
»» Modificam as toxinas das bactérias patogênicas
»» Aumentam os níveis de células de defesa no corpo



FONTE DA MATÉRIA: http://essentia.com.br/revista

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