FONTE DA IMAGEM: https://www.naturalnews.com
A
lipotoxicidade define-se pelos efeitos deletérios causados pelos lípidos
plasmáticos em circulação (usualmente sob a forma de moléculas
não-esterificadas) nas células e nos tecidos.
A
lipotoxicidade está intimamente relacionada com a obesidade, embora possa ser
observada em alguns indivíduos magros. Com o aumento da prevalência da
obesidade por todo o mundo, também os efeitos patológicos mediados pelas
moléculas lipotóxicas terão maior impacto na população.
A
deposição ectópica de lípidos em tecidos não adiposos, tais como o rim, pode
levar à acumulação de metabolitos tóxicos que levam à disfunção mitocondrial,
ao stress do retículo endoplasmático, apoptose e à disfunção renal.
Os
mediadores pro-inflamatórios liberados pelo tecido adiposo visceral em
resposta a lesão são:
·
Adipocitocinas
(leptina, resistina, vistatina, adiponectina)
·
Quimiocinas
(ip-10, il-8, rantes e mcp-1)
·
Interleucinas
(il-1, il-6)
·
Fatores de
crescimento (tnfa).
A
adiposidade visceral tem um papel central na inflamação e na resistência à
insulina na obesidade. Os processos oxidativos têm papel fulcral na lesão
tubular renal e nas células epiteliais expostas a LDL-ox. Na diabetes tipo 2,
LDL.ox e ácidos gordos livres causam dano na função e estrutura podocitária e
no tecido tubulointersticial.
Os
mecanismos pelos quais a obesidade causa lesão renal não estão ainda
completamente esclarecidos mas envolvem provavelmente uma combinação de vias
hemodinâmicas, metabólicas e inflamatórias.
A
investigação tem sido, sobretudo, centrada sobre os efeitos da lipotoxicidade
na doença cardiovascular, porém tem também um importante impacto na doença
renal crónica (DRC). O entendimento da adipogénese pode oferecer oportunidades
para novas intervenções terapêuticas.
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FONTE DA MATÉRIA:
MARTINS, Ana Rita e MAS,
Sebastian. Lipotoxicidade e rim. Port J Nephrol Hypert [online]. 2015, vol.29, n.4,
pp.306-315. ISSN 0872-0169.