A
esclerose múltipla é uma doença crônica degenerativa de caráter inflamatório
que acomete a bainha de mielina. Vários são os fatores envolvidos no
desenvolvimento da doença, como desordens genéticas, dieta, cigarro, exposição
a toxinas, infecção pelo vírus Epstein-Barr, dentre outros.
Os sintomas
da doença comprometem a qualidade de vida conforme a doença progride e são
caracterizados por paralisia, tremor, dor, ansiedade, estresse, depressão,
déficit de atenção, problemas de aprendizagem, fadiga, vertigens e distúrbios
visuais, chegando até a alteração no controle da urina e das fezes.
Vários
estudos têm evidenciado que o consumo de leite, alimentos com glúten e gordura
saturada, presença de disbiose intestinal e deficiência de vitamina D estão
ligadas com o desenvolvimento da doença.
Hoje
conhecemos um processo chamado de mimetismo molecular e sabemos que ele esta
envolvido em muitas doenças auto-imunes. O mimetismo molecular é a incapacidade
do corpo em diferenciar estruturas próprias das não próprias do organismo.
Assim ele passa a se “proteger” (na verdade, atacar) contra estruturas erradas
o que resulta em destruição dos nossos próprios tecidos pelo sistema
imunológico.
O consumo de alimentos com glúten e
leite provavelmente tenham sido relacionados com a esclerose múltipla devido ao
mimetismo molecular entre os antígenos presentes nestes alimentos e uma
sequência de aminoácidos da bainha de mielina.
O
INTESTINO é
um elemento chave no que diz respeito a uma série de doenças e na esclerose não
é diferente. Ele é um órgão protetor, pois evita que diversas substâncias
nocivas sejam absorvidas. O problema é quando temos a disbiose, isto é, quando
o intestino possui mais bactérias maléficas do que benéficas. Nesta situação há
um aumento da passagem de moléculas grandes, que são absorvidas sem que sua
degradação / digestão seja completa, e passam a ser reconhecidas pelo organismo
como invasoras e desencadeando uma resposta de inflamação.
A incidência da esclerose múltipla é maior em regiões de
baixa exposição solar, o que levou a
associação da doença ao déficit de vitamina D, cuja síntese ocorre após a
exposição solar (UVB). A vitamina D3 interage com o sistema imunológico
aumentando a tolerância às substâncias estranhas, protegendo contra a
auto-imunidade e a inflamação. Além disso, tem sido observado que há receptores
de vitamina D no sistema nervoso central e esta vitamina regula a produção de
mielina pelos oligodentrócitos, sendo assim a suplementação de vitamina D pode
reduzir a recidiva, lentificar o progresso e prevenir o desenvolvimento da
doença.
Outro ponto
importante é que muitos estudos comprovam que uma alimentação rica em gordura
saturada e trans alteram a estrutura das membranas e favorecendo a entrada de
antígenos na barreira hematoencefálica e/ou aceleram a degradação da mielina.
Podemos notar que o corpo possui muitas respostas em razão das nossas ações e
são estas alterações que devemos equilibrar para obtermos saúde.
A nutrição
funcional tem um papel chave na prevenção e diminuição da progressão e dos
sintomas da esclerose múltipla como vimos acima e através dela é possível
melhorar a qualidade de vida do paciente com esta doença.