A coenzima Q 10 ou
ubiquinona está presente em praticamente todas as células de nosso organismo
pois participa dos processos de geração de energia (ATP). Órgãos com maior demanda energética como
cérebro, coração, fígado e rins são ricos em Q10, coenzima que atua ainda como
antioxidante.
Como alguns
medicamentos para a diminuição da
pressão e dos níveis de colesterol sanguíneo inibem a produção da ubiquinona,
sua suplementação é bastante comum em pacientes hipertensos, dislipidêmicos ou
cardiopatas, além de casos de disfunção mitocondrial. As pesquisas que até
então mostraram benefícios do uso deste suplemento no tratamento de
insuficiência cardíaca mostram que a causa é justamente a redução do estresse
oxidativo, em razão das propriedades antioxidantes da Q10.
Agora, um estudo
(Q-Symbio) apresentado na European Society of Cardiology conference avaliou 420 pacientes, com idade média
de 62 anos, portadores de condições cardíacas graves, incluindo transplantados
em 8 países. Os mesmos foram divididos em 2 grupos. O primeiro tomou 100 mg de
CoQ10 três vezes ao dia e o outro grupo ingeriu um placebo.
Após 2 dias:
·
14% dos pacientes
suplementados com CoQ10 pioraram
·
25% dos pacientes
do grupo placebo pioraram
·
9% dos pacientes
suplementados com CoQ10 morreram
·
17% dos pacientes
do grupo placebo morreram
Apesar dos
resultados terem sido estatisticamente significativos mostrando a importância
do uso de coenzima Q10 em pacientes cardiopatas graves os autores relataram
pontos fracos da pesquisa como a dificuldade em recrutar pacientes, o uso
diferenciado de medicamentos entre os mesmos, o estudo foi patrocinado pela
indústria farmacêutica, o estudo ainda não foi avaliado por pares nem
publicado, não existem estudos consistentes sobre os efeitos colaterais da
ubiquinona.