Estudo
publicado no BMJ demonstrou que substituir o consumo de gorduras saturadas por
óleos vegetais ricos em ácido linoleico reduziu efetivamente o colesterol
sérico, no entanto, não apresentou nenhum benefício clínico.
A
tradicional "hipótese da dieta cardíaca", prevê que a substituição de
gordura saturada por óleos vegetais ricos em ácido linoleico, ao diminuir os
níveis séricos de colesterol, é capaz de reduzir a mortalidade por doenças
cardiovasculares. Embora muitos estudos apóiam a teoria, este paradigma nunca
foi causalmente demonstrado em um estudo randomizado controlado.
Assim,
uma equipe de pesquisadores norte-americanos liderados por Ramsden, recuperaram
dados não publicados de um grande estudo randomizado controlado realizado há 45
anos. O Minnesota Coronary Experiment (MCE), acompanhou 9.423 pacientes de
hospitais psiquiátricos estaduais e em uma casa de repouso durante cerca quatro
anos e meio.
O
estudo avaliou se a substituição de gordura saturada por óleo vegetal rico em
ácido linoleico (óleo de milho) reduziu o risco de doença cardiovascular e
morte, diminuindo os níveis de colesterol no sangue. O grupo controle recebeu
uma dieta rica em gordura saturada.
Os
pesquisadores afirmaram que “os resultados não fornecem suporte para a o
princípio de que a redução no colesterol sérico como efeito da substituição de
gordura saturada por ácido linoleico se traduz em redução de riscos de doença
cardíaca e mortalidade”. Os autores também observaram que, embora pequenas
quantidades de ácido linoleico sejam essenciais para a saúde, seu consumo
elevado não é natural na dieta humana.
Após
apontar algumas limitações do estudo que poderiam ter influenciado os
resultados, os autores sugerem que uma revisão cuidadosa das evidências que
sustentam as recomendações dietéticas deve ser realizada e, enquanto isso, os
profissionais devem incentivar o consumo de peixes, frutas, legumes e grãos
integrais, e evitar o consumo de sal, açúcar e gorduras trans industrializadas.